sexta-feira, 6 de setembro de 2013


As jibóias

31/08/2008

Jibóia, saiba o básico sobre esse ilustre membro da família Boidae!

Talvez a mais conhecida entre os criadores brasileiros, a jibóia é uma das melhores serpentes pra se manter em cativeiro, tanto que faz muito sucesso não só aqui no Brasil, mas também no exterior, onde o a criação de serpentes não é só permitida, como também é uma atividade que cresce a cada dia.
Não é de hoje que as representantes da família Boidae - que também comporta a píton, a sucuri, a periquitambóia, etc - são os adorados bichinhos de estimação dos admiradores dos répteis.

O porque de tanto sucesso se deve a vários fatores, tais como docilidade, imponência, beleza, e acima de tudo, a facilidade de mantê-la de forma adequada em cativeiro.

No Brasil encontramos duas subespécies de jibóias, a Boa constrictor constrictor e a Boa constrictor amarali. Por não ser uma matéria científica, poderemos tratar as subespécies respectivamente por "Bcc" e "Bca".

A subespécie Boa constrictor constrictor é encontrada predominantemente na Mata Atlântica, restingas, mangues, no cerrado, na caatinga e na Floresta Amazônica, mas sua distribuição não se limita apenas ao Brasil, atingindo também Trinidad e Tobago, Venezuela, Guianas e Suriname. Considerada por muitos a jibóia mais bonita, são caracterizadas em especial pela coloração da cauda, que pode variar do vermelho-alaranjado ao vermelho vivo. É a maior representante das jibóias, indivíduos adultos podem chegar a 3,5 metros e mais de 30Kg, mas raramente passam disso.
As Bcc’s devem ser mantidas em terrários com umidade em torno de 80% e temperatura variando de 30ºC (dia) e 25ºC (noite), a fonte de calor deve ficar em uma das extremidades do terrário, de modo que o mesmo tenha um gradiente de temperatura por sua extensão, que permita ao animal optar por mais calor ou mais frio, podendo assim se termorregular.

(Essa Bcc absurda de linda ai de cima é um animal nascido no criadouro Arambóia, adiquirido pelo meu grande amigo Beto.)
A subespécie Boa constrictor amarali é encontrada predominantemente no Sudeste e Centro Oeste. Possui a coloração mais escura, puxada para o cinza. A cauda pode trazer partes avermelhadas, mas nada que se compare com uma Bcc. Atingem um tamanho menor, raramente passando dos 2,5 metros. Se compararmos uma Bcc com uma Bca de mesmo tamanho, notaremos que por muitas vezes a Bca terá a espessura maior que a Bcc, porem, enquanto uma Bcc com 1,5 metros teria cerca de 2 anos, uma Bca com esse tamanho provavelmente teria mais de 3 anos. Segundo experiências de alguns criadores, podemos observar também que Bca’s normalmente aceitam presas de tamanho maior que Bcc’s.
As Bca’s devem ser mantidas em terrários com umidade em torno de 60% e temperatura variando de 30ºC (dia) e 25ºC (noite), podendo chegar a 20ºC. A fonte de calor deve ficar em uma das extremidades do terrário, de modo que o mesmo tenha um gradiente de temperatura por sua extensão, que permita ao animal optar por mais calor ou mais frio, podendo assim se termorregular.
Denominação
Número de Escamas
Manchas
Nome Científico
Ventrais
Subcaudais
Meio do corpo
Dorsais
· Boa constrictor constrictor (Linnaeus, 1768)
· Jibóia, Common Boa, Red-Tail Boa,
227-250
49-62
75-95
15-21
· Boa constrictor amarali (Stull, 1932)
· Jibóia, Amaral´s Boa, Short-Tailed
226-237
43-52
71-79
22 ou mais
Muitos afirmam e Bca’s são mais agressivas que Bcc’s, mas particularmente não acho correta essa classificação, pois já vi Bca’s extremamente dóceis, e Bcc’s, totalmente agressivas, que tornavam complicado seu manejo. Devemos observar que cada animal é único e tem “personalidade” própria, sendo uns naturalmente mais agressivos e outros mais dóceis, mas o fator determinante para a agressividade ou ausência dela em uma serpente é o manejo constante e feito de forma correta.
Quanto aos cuidados na alimentação, devemos citar que jibóias, apesar de parecerem as vezes até meio “preguiçosas”, são caçadoras vorazes, se aproximam da presa em silencio, e a surpreendem com um bote rápido e certeiro, iniciando logo em seguida a constrição, estágio onde a presa é apertada pelos músculos do réptil até que não possa mais expandir sua caixa torácica, morrendo assim de parada cardíaca e respiratória.
Jibóias tem um grande apetite, algumas chegam a matar presas que não conseguiriam engolir, mas mesmo assim elas tentam.
Nas diferentes fases da vida a serpente precisará comer presas de tamanhos diferentes e em intervalos diferentes.
O filhote deve comer presas pequenas, que não lhe ofereçam muito risco, como camundongos jovens. Quanto mais nova a serpente, mais constante deve ser a frequencia de alimentação, pois está estará em fase de crescimento. O filhote pode ser alimentado a cada 7 dias, e esse intervalo deve aumentar de acordo com o crescimento da serpente, para 10 dias dos 70 aos 90 cm e de 15 em 15 dias até a fase adulta. Junto com o intervalo também devemos aumentar o tamanho da presa, de camundongos para ratazanas, porquinhos da índia e coelhos. Uma jibóia adulta, com mais de 2,5 metros pode tranqüilamente ser alimentada com apenas um coelho grande a cada 20 ou 25 dias, já que nessa fase ela cresce muito pouco, então não precisa de tanta energia como antes, que era gasta na sua maior parte no crescimento.
A super alimentação causa obesidade, que dentre diversos problemas, pode deixar o animal estéril e encurtar sua vida.
Nunca manuseie qualquer serpente logo após a alimentação, seus instintos estarão especialmente aguçados, e ela pode confundir seu nariz com um ratinho.
Após alimentar, espere o animal fazer a digestão para manuseá-lo, evitando assim que pelo estresse regurgite.
Evite alimentar jibóias com aves, elas são mais gordurosas, possuem menos nutrientes e as penas dificultam a digestão.
Devemos lembrar que serpentes com mais de um metro costumam machucar em caso de mordida, isso se agrava no caso dos boídeos, que são extremamente musculosos e mordem com grande violência. Quem se sujeita a criar um animal desses deve ter em mente o constante risco de mordida, onde se a serpente tiver mais de 2 metros, com certeza o estrago será grande, podendo resultar em alguns pontos. Imagine a da foto abaixo mordendo....
Se a serpente morder e soltar, deve-se lavar o local da mordida com água e sabão, para desinfecção.
Se a serpente morder e fizer constrição, NUNCA tente abrir a boca do animal ou puxar a cabeça dela tentando arrancá-la, essa ação pode causar um dano muito maior para o acidentado. Se isso acontecer, pingue algumas gotas de álcool na boca da serpente, ela soltará imediatamente, pois o mesmo queimará a mucosa da boca da serpente.
NUNCA manuseie uma serpente com mais de três metros sozinho, se houver um acidente com constrição ficará muito difícil se livrar do animal.
Algumas variações de cor e padrão:
Uma jibóia com mais de 3,5 metros e cerca de 50 quilos é sempre uma atração. Veja suas características mais curiosas.
Espécie: Boa constrictor . Ordem: Serpentes. Classe: Reptilia. Filo: Chordata. Reino: Animal. Tamanho: até 5m (normalmente 3,5m). Peso: 35 a 50Kg. Alimentação: pequenos mamíferos, aves e répteis. Território: Américas Central e Sul.
Segunda maior cobra encontrada em território brasileiro depois da sucuri, uma jibóia pode chegar a 5m de comprimento. Suas medidas médias são geralmente 3,5m. Apesar de poder ser vista durante o dia, é de hábitos noturnos. Vive até 25 anos e pode pesar de 35 a 50Kg. Uma curiosidade: no final da gestação os filhotes são nutridos pelo sangue da mãe e saem completamente formados, o que a enquadra como vivipara, porém durante a gestação os filhotes estão isolados em ovos, o que a classifica como ovovivípara. A gestação pode durar de 5 a 8 meses e por ninhada uma jibóia gera de 12 a 64 filhotes que nascem com cerca de 48cm de comprimento e pesando 75g. Alimenta-se de pequenos mamíferos, aves e répteis sufocando e quebrando os ossos da presa através de constrição e engolindo a partir da cabeça. A digestão pode demorar de semanas até meses. Pode ser encontrada nas Américas Central e Sul, principalmente na Costa Rica e floresta Amazônica. É uma cobra muito pacífica e extremamente lenta. Pode demorar até 1 hora para percorrer uma distância de 500 metros.

As jibóias são carnívoras. Em seu cardápio caça aves, roedores de pequeno ou médio porte, lagartos grandes, outras serpentes e mamíferos de pequeno porte. Como não possui peçonha (presa que inocula o veneno), a jibóia mata suas presas por constrição ou seja, após o bote ela se enrola em torno da caça contraindo sua forte musculatura e a estrangula, causando a morte por sufocamento. Costuma engolir sua presa pela cabeça. Quando a presa é grande, a jibóia pode entrar em letargia, ou torpor, tempo no qual fica parada para digerir o alimento. O período de letargia pode durar semanas ou até meses.
As jibóias passam a maior parte do tempo em cima de árvores, o que as favorece na hora de caçar, como no caso das aves, que são mortas pela serpente enquanto dormem nos galhos das árvores. As jibóias evitam contato humano e fogem quando provocadas.
Na tentativa de se defender, pode tentar assustar o inimigo emitindo um assobio chamado popularmente de “bafo de jibóia”, que causaria feridas e/ou manchas na pele. Outro mito que envolve a jibóia é o de que usar a cabeça da serpente como colar, protege o sujeito de diversos males, pois “fecha o corpo” de quem o usa. Tudo invenção. As jibóias podem ser criadas em terrários, desde que “acostumadas” desde filhotes. Sua criação doméstica, sem registro no Ibama, é ilegal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário